Que contrasenso!!! Encontro na avenida dita da liberdade.
Amadrugou o dia em nevoeiro cerrado. Olho o céu, onde desaguam em linhas rectas os recortes dos edifícios. São só sombras aguadas. Pergunto-me quem os habita? Movem-se vultos cobertos por véus esbranquiçados. Quem os habita?
Cheguei, ainda noite, à procura de acordar na cidade, como se percorresse um deserto com um frio de 4ºC. E passo, devagarinho, em passos de quem nasceu recentemente.
Ainda dormem os "clochards" desta urbe tão primitiva. Inresolvida e pretenciosa, como a sinto eu.
Dura forma de sobreviver, dormindo enrrolado em mantas, ao lado de garrafas-vazias-de-noites embrulhadas-de-sonhos-incompletos.
Afinal nada aconteceu como previas!
Entornou-se o copo, ficaste descalço depois do baile, a máscara estalou e adormeceste debaixo do alpendre da Louis Vuiton.
Somos penumbras nesta realidade adormecida.
Um dia vou criar uma cidade, deitada na terra, com árvores entrelaçadas, e hortas e pomares nas açoteias.
E depois, marco encontro contigo na Rua dos Vergéis. E tomamos café de saco, sentados diante da fogueira, na avenida que se quiz da liberdade. Ao pé da Tranquilidade.......
Sem comentários:
Enviar um comentário