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27 setembro 2010

Sabedoria Vegetal

O Manoel de Barros escreveu coisas que tocam a invisibilidade das palavras.....
Nasci para administrar o à-toa o em vão o inútil. Pertenço de fazer imagens.
Opero por semelhanças.
Retiro semelhanças de pessoas com arvores
de pessoas com rãs
de pessoas com pedras
Retiro semelhanças de árvores comigo.
Não tenho habilidade p'ra clarezas.
Preciso de obter sabedoria vegetal.
( Sabedoria vegetal é receber com naturalidade uma rã no talo )
E quando esteja apropriado para pedra
terei também sabedoria mineral »

25 setembro 2010

As tuas fotografias

Poesias da sombra na luz, da luz do dia. Palavras soltas penduradas com as costas ao sol.

22 setembro 2010

Setembro

No outro dia, desenhando hemisférios em planisférios imaginários, dei-me conta que esta quietude só pode coincidir com o mês. Só cá estou eu. Os rapazes estão de viagem. 15 mil kilómetros de viagens... Agora é Setembro. A luz já chega filtrada. ;Gosto das manhãs, das tardes e das noites. Gosto de Setembro inteiro porque me parece sempre de madrugada. Às 6,30 é como se fossem 9. Matabicho com os empregados da Camara e as primeiras pessoas que apanham os combóios para a cidade. A rua cheira a perfume....as luzes ainda estão acesas. Procuro na madrugada a regeneração da alma. E ainda é de noite! As ilhas deles são tão distantes que nem se vêm daqui......desenham-se nos planisférios. Estão do outro lado do mundo depois de combater com o Adamastor. Vem-me à ideia aquele provérbio árabe: who lives sees much, but who travels sees more.

18 setembro 2010

A Estação de Sta. Apolónia

Que bom seria aceitar o teu convite para um café em Sta. Apolónia, segunda feira de manhã à chegada do combóio de Madrid.... e rir e contar-te demoradamente, o que quizeres ouvir!! das gentes e das ruas onde passei de ventos e brisas de outros mares. Abrir-te o coração à sombra de um dia de sol, na Estação de Sta. Apolónia.

A BUSCA

" Jovem medíocre sob todos os aspectos procura mulher magnifica sob todos os aspectos, para deambular em locais carregados de história, como os Jardins de Versailles, ou em deslocação constante, como os corredores dos combóios" Ora aqui está uma coisa que descobri num caderninho de há uns anos já, à laia de nota, aí pelos anos 80, e que me mereceu hoje tanta atenção como possivélmente naquela altura.< Foi um anúncio publicado no Libération.